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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Adoção Internacional

Ainda que em declínio em termos globais, a adoção internacional tem crescido substancialmente em alguns países. A causa é que há cada vez menos crianças abaixo dos 5 anos disponíveis para adoção nos países desenvolvidos, ao contrário do que acontece em boa parte das nações mais pobres.
Há crianças disponíveis em mais de 50 nações na Ásia, Europa Oriental, América Latina e África, muitas delas não signatárias da Convenção de Haia, que contém normas para adoção internacional acordadas entre mais de 50 países. Os mais procurados são China, Etiópia, Haiti, México, Coreia do Sul, Cazaquistão, Rússia, Ucrânia, Libéria, Índia e ­Vietnã.
Para se ter uma ideia, o ­Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que monitora a situação das crianças, informa que há hoje 17,8 milhões de órfãos de pai e mãe no mundo. É claro que grande parte das crianças não estão disponíveis para adoção, mas o levantamento dá uma ideia dos países que abrigam o maior número de menores em situação de ­vulnerabilidade social.
Em seu relatório O Progresso para as Crianças (2009), o Unicef estimou em 2 milhões o número de crianças em abrigos e orfanatos. Esse total, diz o documento, é “severamente subestimado” por causa da falta de dados confiáveis.
De forma geral, os países africanos exigem que os candidatos formem um casal, um deles com idade mínima de 25 anos, não tenham antecedentes criminais e sejam cidadãos nascidos ou naturalizados em seu país de residência. Também não podem ser mais de 40 anos mais velhos que a criança.
No entanto, a Convenção dos Direitos das Crianças e o Unicef entendem que é melhor para as crianças que as famílias sejam ajudadas a mantê-las do que enviá-las em massa para outros países, em razão do choque que esse tipo de adoção causa a uma criança.

Corrupção

A falta de regulação e supervisão, em particular nos países de origem, com a possibilidade de ganho financeiro, tem estimulado o crescimento de uma indústria onde o lucro, e não os melhores interesses das crianças, é o foco das adoções. Os abusos incluem a venda e o rapto de crianças, a coerção dos pais e o suborno.
Muitos países reconheceram os riscos e ratificaram a Convenção de Haia sobre a adoção internacional, calcada nos princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), que visa garantir que a adoção internacional seja autorizada apenas pelas autoridades competentes, goze das mesmas garantias e padrões das adoções domésticas, e não resulte em benefícios financeiros para os envolvidos. A ideia é, antes de tudo, proteger as crianças e proporcionar segurança aos futuros pais adotivos de que o filho não tenha sido objeto de práticas ilegais e prejudiciais.


Tragédias

Também as grandes tragédias contribuem para o aumento das adoções entre países, já que chamam a atenção para a situação das crianças que ficam órfãs e abandonadas e costumam provocar uma onda de tentativas de adoções por casais dos países mais ricos. Foi assim com o Haiti, arrasado por um terremoto em 2010, quando recebeu, só de famílias brasileiras, mais de 300 pedidos de adoção.
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou à época uma declaração afirmando que a adoção internacional não deve ocorrer em situações de instabilidade como guerras, calamidades e desastres naturais. Além da possibilidade de as pessoas se candidatarem unicamente por questões humanitárias — o que não deve ser o fator preponderante numa adoção, sob pena de, passada a comoção, os pais adotivos descobrirem-se despreparados e até arrependidos —, também não é possível conhecer os ­antecedentes das crianças.
Segundo o Unicef, as crianças não devem ser consideradas para a adoção internacional. O rastreamento das famílias deve ser prioridade: mesmo que os pais tenham morrido, a chance de encontrar parentes sempre existe.


Celebridades

Em último caso, a adoção entre países pode e deve ser feita, mas com muita cautela, defendem os organismos internacionais. Casos de celebridades que formaram famílias inteiras multinacionais e multirraciais, sempre em muita evidência, podem levar a pensar que se trata de algo simples. Mas as heranças étnica e cultural de uma criança não podem ser desconsideradas ao se escolherem os pais adotivos, que devem ser capazes de respeitá-las e com elas lidar de forma a não ­prejudicá-la.

Brad Pitt e Angelina Jolie formaram família multinacional e multirracial, 
com filhos do Camboja, Etiópia e Vietnã. (Foto: Blog Fãs de Angelina Jolie)

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/adocao-internacional.aspx

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

PASSO A PASSO PARA ADOTAR

1º  PASSO  Encaixar –se  no perfil exigido

Quem pode ser adotado
  • Crianças ou adolescentes com, no máximo, 18 anos de idade à data do pedido de       adoção e independentemente da situação jurídica;
  • Pessoa maior de 18 anos que já estivesse sob a guarda ou tutela dos adotantes;
  • Maiores de 18 anos, nos termos do Código Civil. 

Quem pode adotar
  • Homem ou mulher maior de idade, qualquer que seja o estado civil e desde que 16 anos mais velho do que o adotando;
  • Os cônjuges ou concubinos, em conjunto, desde que sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família;
  • Os divorciados ou separados judicialmente, em conjunto, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal;
  • Tutor ou curador, desde que encerrada e quitada a administração dos bens do pupilo ou curatelado;
  • Requerente da adoção falecido no curso do processo, antes de prolatada a sentença e desde que tenha manifestado sua vontade em vida;
  • Família estrangeira residente ou domiciliada fora do Brasil;
  • Todas as pessoas que tiverem sua habilitação deferida, e inscritas no Cadastro de Adoção.

 Não podem adotar
  • Avós ou irmãos do adotado;
  • Adotantes cuja diferença de idade seja inferior a 16 anos do adotando.


2º PASSO  Procurar  o fórum da cidade  ou da região

Este é o primeiro passo prático para uma adoção. Confira no site do Tribunal de Justiça (www.tj.sc.gov.br) a lista dos fóruns existentes na sua cidade ou região.

É necessário levar RG e comprovante de residência. O interessado receberá então informações iniciais a respeito dos documentos necessários para dar continuidade ao processo.


   
3º PASSO Apresentação de documentação

Toda a documentação exigida deve ser apresentada. Veja a listagem abaixo:
  •  Identidade
  •  CPF
  •  Requerimento conforme modelo
  •  Estudo social elaborado por técnico do Juizado da Infância e da Juventude do local  de residência dos pretendentes;
  •  Certidão de antecedentes criminais
  •  Certidão negativa de distribuição cível
  •  Atestado de sanidade física e mental
  •  Comprovante de residência
  •  Comprovante de rendimentos
  •  Certidão de casamento (ou declaração relativo ao período de união estável) ou    nascimento (se solteiros)
  •  Fotos dos requerentes (opcional)
  •  Demais documentos que a autoridade judiciária entender pertinente Ao fórum sua cidade ou região

4º PASSO Análise da documentação

Os documentos apresentados serão minuciosamente analisados para aprovação.

5º Entrevista

Avaliação das motivações e expectativas dos requerentes à adoção.
É uma das fases mais importantes e esperadas pelos interessados em adotar, que serão entrevistados por uma equipe técnica da Vara da Infância e da Juventude, composta por profissionais da área da psicologia e do serviço social. As entrevistas visam conhecer as motivações e expectativas dos candidatos à adoção. no imaginário parental. A partir disto, as entrevistas objetivam conciliar as características das crianças/adolescentes que se encontram aptas à adoção com asO objetivo é de avaliar, por meio de uma cuidadosa análise, se o pretendente à adoção pode vir a receber uma criança na condição de filho e qual lugar ele ocupa características das crianças pretendidas pelos adotantes, identificar possíveis dificuldades ao sucesso da adoção e fornecer orientações.
6º PASSO  Curso

Os interessados em adotar têm que participar de um curso preparatório de 10 horas.
OBS.: Obrigatório para os requerentes.

7º PASSO Ingresso  no cadastro de habilitados

Efetuado após passar na entrevista e frequentar todo o curso.

OBS: Se o pretendente passar na entrevista e frequentar todo o curso, passa a integrar o cadastro de habilitados.

8º PASSO Achado a criança

Será feito um estudo para confrontar crianças com cadastros.

Um estudo psicossocial será confrontado com o cadastro de crianças disponíveis à adoção. Importante: é muito mais fácil encontrar uma criança que se adapte ao perfil de um candidato que tenha poucas restrições quanto à criança/adolescente que se disponha a adotar.
9º PASSO  O Encontro

Após apreciação favorável, pode-se encontrar a criança.

Depois de uma apreciação favorável da criança indicada pelos profissionais da Vara, o pretendente poderá encontrar-se com ela na própria Vara, no abrigo ou no hospital, conforme a decisão do juiz.
 10º PASSO A Adoção

O momento de construir novas relações.

O tempo que transcorre até que a criança seja levada para o lar adotivo varia, respeitando-se as condições da criança. Recomenda-se uma aproximação gradativa, tendo em vista que a adoção é um processo mútuo, que exige tanto uma despedida dos vínculos amorosos estabelecidos até então seja – no abrigo, seja na família guardiã – quanto um tempo de construção de novas relações.
Referencia:

http://www.portaladocao.com.br/passo-a-passo/

Todos os dias adotamos pessoas

Maus tratos. Negligência. Famílias desestruturadas ou destruídas pelo vício. Discriminação de diversos tipos. Esses são apenas alguns motivos que levam pais a desampararem seus filhos. São razões diferentes que, para essas crianças, possuem o mesmo significado: abandono.
No Brasil há 5.281 crianças e adolescentes aptos à adoção. Do outro lado, mais de 28 mil homens e mulheres desejam adotar um filho. Se o número de pais dispostos a dar um lar é cinco vezes maior que a quantidade de crianças sem família, por que ainda existe fila de adoção? Por que ainda ouvimos relatos sobre longa espera dos que estão na fila à espera de um filho?
As casas de acolhimento estão cheias porque a imagem comumente relacionada a elas é a de bebês recém nascidos, saudáveis e, geralmente, brancos. Esses tantos homens e mulheres que estão na fila esperam porque, em grande maioria, têm exigências. Como se o processo de adoção não fosse naturalmente delicado e minucioso, algumas pessoas vão aos abrigos como se estivessem indo ao supermercado, em busca do produto perfeito para levar para casa. Além disso, existe a demora devido à burocracia envolvida no processo de adoção. As comarcas possuem poucos profissionais preparados para analisar os processos, o que atrasa ainda mais o sonho dessas crianças de ter uma família.
A cada dez pais que desejam adotar, nove exigem faixa etária de até cinco anos. Enquanto 85% dos pais se concentram nas regiões Sul e Sudeste, as regiões Norte e Nordeste possuem a maior quantidade de crianças que “cumprem” esses requisitos. Esse tipo de exigência se torna um empecilho, já que, de cem crianças, apenas nove possuem menos de cinco anos. Já os que aceitam crianças negras, pardas ou indígenas costumam ser mais flexíveis e geralmente não fazem outros tipos de restrição quanto ao sexo ou à idade. Os que buscam crianças mais velhas tampouco costumam fazer quaisquer exigências.
Esses dados revelam os mitos e tabus acerca da adoção. Quanto às exigências raciais, nota-se o preconceito encubado, disfarçado, como se para adotar uma criança, ela precisasse possuir a mesma cor dos pais para ser aceita pela família e pela sociedade. Como se, ser de uma cor diferente a impedisse de ser realmente integrada ao lar, porque a cor seria um lembrete constante de que não há laços de sangue envolvidos. Adotar é um processo de dentro para fora, e não o contrário. O desejo de ter uma família e acolher uma vida deve ser maior do que a necessidade de satisfazer o desejo pessoal de ser pai. Adotar somente com esse intuito é uma espécie de egoísmo que acaba refletindo nesse tipo de exigências. Quer dizer, você sonha em ser pai, mas o que a criança aparenta é mais importante do que ela possa se tornar em sua vida e você na dela.
Para as exigências de faixa etária, é dada a justificativa de que seria mais difícil educar uma criança mais velha. Em pesquisa realizada por Levy e Féres-Carneiro (2001), foi verificado que os pais que optam por crianças com a menor idade possível, na verdade têm o desejo de apagar a história passada da criança e cancelar qualquer herança genética que venha interferir no processo de formação. Logo, quanto mais velha ela for, mais bagagem terá e mais difícil será a adaptação entre pai e filho.
Weber (2003) realizou uma pesquisa com pais e filhos adotivos de todo o Brasil e constatou que a idade avançada no momento da adoção não é fonte de problema. Ebrahim (2000) sustenta que a adoção de crianças maiores é totalmente viável e que seu sucesso depende de fatores como a história da criança, o fato de ela desejar ou não ser adotada e, principalmente, da atitude dos pais adotivos para com ela.
As casas de acolhimento só irão esvaziar e esses mais de vinte e oito mil pais só irão realizar seus sonhos quando houver uma mudança no pensamento e na atitude de todos os brasileiros. É preciso destruir barreiras, erradicar preconceitos e perceber que adoção não é caridade e não deve ser feita por um capricho. Uma criança não entrará num lar para tentar apagar as mágoas de pais que não puderam ter filhos biológicos, e sim para ser igualmente amada. A espera dos pais é equivalente às suas prioridades: quanto mais importante for a aparência ou a idade, maior é a demora de levar seu filho para casa.
Todos os dias adotamos pessoas que não tem nosso sangue e já possuem história. Amigos, cônjuges, pessoas que aceitamos amar independente de qualquer obstáculo. Que seja assim com a adoção também. 
  

Referências:

Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
EBRAHIM, Surama Gusmão. As possibilidades da adoção tardia. Psico,31(1), 2000.
LEVY, Lídia. Adoção e mitos familiares. In: FÉRES-CARNEIRO, Terezinha (org.). Casal e Família: entre a tradição e a transformação. Rio de Janeiro: NAU, 1999.
WEBER, Lídia Natália Dobrianskyj. Adoção: Breve análise das relações familiares. In: BRANDÃO, M. Z.; et al. Sobre o Comportamento e Cognição: A história e os avanços, a seleção por conseqüências em ação. V.11. Santo André: ESETec Editores Associados, 2003.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

8 maneiras de estimular o amor e respeito entre os irmãos

A relação entre os irmãos, o respeito e a cumplicidade ajudam a criança a se descobrir e aprender a viver em sociedade




1. ENSINE SEU FILHO A DIVIDIR E RESPEITAR AS DIFERENÇAS

De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta Karen Scavacini, o relacionamento entre irmãos serve como aprendizado sobre as conexões sociais que se estabelecerão no futuro, fora do círculo familiar. "Juntos, os irmãos podem aprender sobre fraternidade, companheirismo, amizade, amor, respeito, limites e, principalmente, diferenças".


2. ELOGIE OS FILHOS POR IGUAL


Incentive a admiração mútua, elogiando seus filhos igualmente. Não tenha medo de repetir o quanto vocês sentem orgulho em ser pais deles.


3. CRIE SITUAÇÕES PARA QUE OS IRMÃOS SE APROXIMEM


Programas em família ajudam a unir pais e filhos. "Um piquenique, passeio de BICICLETA e até um dia de "chef" em casa podem ajudar a aproximar os irmãos", explica a psicóloga Mariana Zacharias. Estimule as crianças a se divertirem juntos.

4. NÃO FALE MAL DE UM PARA O OUTRO


Não cai na tentação de reclamar do irmão mais velho para o mais novo. E vice-versa! Assim, os pais estimulam um hábito negativo entre os filhos. Evite também colocar um filho para vigiar o outro. Não crie um "dedo-duro" entre eles.


5. EVITE COMPARAÇÕES


Comparar faz os filhos criarem um espírito de competição. "Quem vai ganhar na comparação?", "Quem é o queridinho dos pais?"... Evite que seu filho fique instigado com questões como estas. Se um tirou nota alta, merece ser parabenizado. Se outro se deu mal na prova, tem de estudar mais. Jamais repita frases como "Por que você não pode ser como seu irmão?" ou "Comporte-se como seu irmão".


6. SEJA A MEDIADORA DOS CONFLITOS E EQUILIBRE OS MOMENTOS DE ATENÇÃO


As autoras do livro  Criando Irmãos Felizes e Amigos (ed. Best Seller), Jan Parker e Jan Stimpson, afirmam que irmãos que vivem brigando e fazendo piadinhas sobre o outro merecem uma bronca dos pais. Seus filhos estão discutindo? Pare tudo o que você está fazendo e tente ouvi-los para entender o que está acontecendo. Escute os dois lados, não diga que um está certo e outro errado. Explique que eles precisam conversar e se entender. Reforce que a amizade entre irmãos é única e sagrada


7. NÃO SEJA INJUSTA


Não escolha um filho para ser seu protegido. O outro acaba não sabendo lidar bem com isso. E, na vida adulta, sofre mais ao ver que não pode tudo ou que foi injustiçado. O jeito que você gosta de cada filho tem a ver com afinidade, claro, e isso é completamente normal. Mas não demonstre preferência.


8. DÊ O EXEMPLO DE HARMONIA


Os pais que têm irmãos e se dão bem com eles já estão influenciando na união dos filhos. Em "Filhos educados e felizes - Com a Sabedoria Oriental Milenar", o pesquisador Marcos Akio mostra que os filhos crescem observando e seguindo o comportamento dos pais. Seu lar deve, então, ser um local sagrado, onde predomina a alegria. Jamais discutam na frente dos pequenos. Lembre-se que os pais representam o pilar que sustenta toda família; por meio da conduta deles se determina o futuro dos filhos.

4 maneiras simples de estimular a generosidade entre crianças

Educar vai muito além da alfabetização, do certo e do errado. Transmitir valores que levem a paz e a harmonia para gerações futuras também é essencial

As pequenas doações do dia a dia contam, e muito, para ajudar o próximo e fazer deste planeta um lugar melhor. E é assim que você tem que lidar com a educação do seu filho. Não se cobre! Dê de pouquinho em pouquinho tudo o que ele precisa para ser uma pessoa generosa.

1. Todos temos algo para dar

Pode ser dinheiro ou bens materiais, que são as associações mais comuns quando pensamos em generosidade. Mas também pode ser conhecimento, coisas que nós sabemos e que podem ajudar os outros. Pode ser um abraço, uma palavra de conforto, um carinho. Afinal, a generosidade é, antes de mais nada, uma inclinação do espírito para fazer o bem. Converse com o seu filho e o incentive a dividir. Este é o primeiro passo.

2. Praticar é preciso

A generosidade é uma virtude mais celebrada que praticada. "Ela só brilha, na maioria das vezes, por sua ausência", escreveu o filósofo francês Comte-Sponville. Se a generosidade se tornou artigo raro, um pouco da culpa é da sociedade atual, calcada em valores como egoísmo e individualismo. "Pensamos muito em nosso próprio umbigo e pouco no dos outros", diz o também filósofo Mario Sergio Cortella.

Ou seja, é necessário manter o hábito. Reforce em casa a frequência de atitudes generosas. "Em uma sociedade que pede apenas que você receba, nunca doe, a generosidade é um treino", diz a terapeuta existencial e professora da PUC-SP, Dulce Critelli.

3. Dê o exemplo

O modelo de conduta é essencial para as crianças criarem uma imagem do que é ser generoso. Elas tendem a imitar o que veem em casa. E se vocês se comportam de maneira diferente do que pregam, isso deixa a criança confusa. E como consequência há o medo e a insegurança.

4. Não reprima

Todas as crianças passam por fase egoísta - e isso é normal. Eles não querem dividir objetos, brinquedos, alimentos... Fazem birra e ainda se repelem socialmente. E a dica é não deixa-los com medo ou aflitos. É preciso conversar e explicar o que significa o compartilhar e por que isso é tão importante. Só assim ele pode fixar de vez essa ideia.
Adoção tardia: por que adotar uma criança com mais de 3 anos?

“Mãe, sabe por que eu te escolhi como mãe? Porque você é muito legal.”

Foi isso o que a pernambucana Renata Vitorino, de 43 anos, ouviu recentemente da filha Luiza, de 6 anos. Há nove meses, a pequena passou por um processo de adoção, que hoje ela encara com muita ternura. Luiza e seu irmão Márcio, de 3 anos, foram acolhidos, ou melhor, acolheram a nova família em um processo ainda raro de se ver. Hoje, cerca de 70% dos 30.930 pretendentes cadastrados à adoção não aceitam adotar crianças que tenham mais do que 3 anos de idade, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A maioria deles movida, infelizmente, por preconceitos que ainda cercam a adoção tardia no Brasil.
“Os pretendentes, em geral, têm o sonho de encontrar a criança ideal, mas o que existe é a criança real, possível”, conta Hália Pauliv de Souza, mãe e avó por adoção, militante da causa, membro do Grupo de Apoio à Adoção Consciente de Curitiba e autora de livros sobre o tema. “Com isso, temos cerca de 5.000 crianças e adolescentes nos abrigos que fazem parte de um núcleo que a gente não consegue encaminhar”, diz o juiz Gabriel da Silveira Matos, da Corregedoria Nacional de Justiça, do CNJ.

Genética “ruim”, traumas, lembranças insuperáveis da família biológica, dificuldade de adaptação, vícios incorrigíveis… São esses os medos que alimentam os futuros pais adotivos com relação às crianças já crescidas e os motivos que fazem com que elas permaneçam nos abrigos sem a expectativa de encontrar uma família. No entanto, os especialistas asseguram que todos esses receios não passam de fantasias, julgamentos infundados.

Ter família é importante!

“Pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança precisa estar em uma família. Para se desenvolver saudavelmente, do ponto de vista psicológico e cognitivo, ela necessita das referências oferecidas por uma configuração familiar”, explica Suzana Schettini, psicóloga clínica e presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad). “O mundo na instituição é muito restrito, pouco subjetivo, pouco personalizado. Ela não vai criar vínculos duradouros por lá, e isso impacta diretamente no seu futuro. Além disso, o ser humano é um ser totalmente desenvolvido à base de aprendizados. Toda criança tem que aprender, inclusive, a amar.”
Ao completar 18 anos, elas são colocadas para fora dos abrigos. E aí, sem referências e qualquer formação, se sujeitam a vidas completamente desqualificadas.

Os preconceitos precisam cair por terra!

De acordo com Elena Andrei, antropóloga e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), normalmente, a criança traz, sim, memórias dolorosas. Afinal, ela passou por rejeições continuadas, que criam marcas e cicatrizes, muitas vezes, insuperáveis. Definitivamente, não se adotam crianças felizes. “E os pretendentes não podem sonhar que elas saiam da instituição e, automaticamente, esqueçam toda a história que viveram”, acrescenta Suzana.
Mas é preciso ter em mente que todas carregam também uma enorme capacidade de lidar com os problemas e conviver com uma cicatriz insuperável, como qualquer pessoa. Elas só precisam de pais pacientes, flexíveis e maduros que sejam capazes de ouvi-las e que consigam fazê-las desaprender as coisas negativas e aprender novas.
Renata Vitorino lembra que a filha Luiza, no início, sentia muita necessidade de falar sobre alguns momentos duros e os contava abertamente para quem estivesse por perto. “Algumas pessoas ficavam impressionadas, mas eu não podia impedi-la. Era a vida dela. Ela precisava externar, e que bom que confiava na gente para contar tudo aquilo”, disse. “À medida que o tempo passou, ela foi assimilando a nossa família e os novos comportamentos, que foram tomando cada vez mais espaço. Hoje, as lembranças do passado estão bem menos presentes. Vez ou outra, Luiza volta a contá-las. Não é fácil ouvir. São histórias tristes, mas que fazem parte da vida dela e não significam inabilidade. Elas vão ter que aprender a lidar com aquilo, assim como a gente.”

Por isso, a adoção tardia, em muitos casos, deve vir acompanhada de um tratamento psicológico.
A tal da genética...
“Genética ruim é o mais tolos dos preconceitos”, critica Elena. Cada um é resultado direto das oportunidades que teve ao longo da vida e de tudo o que construiu com o auxílio de familiares, amigos e conhecidos.

“De repente, os pais biológicos da criança que está para ser adotada não seguiram caminhos muito legais. Só que isso não foi pela genética que carregam, mas pelo ambiente no qual viveram. Por toda uma falta de assistência de uma vida inteira”, comenta Renata. “E, na adoção, a gente tem que estar disposto a oferecer o melhor que podemos para que as crianças recebam o melhor que puderem.”
Dificuldade de adaptação?

“Você não é a minha mãe.” “Eu quero voltar para a instituição.” “To com saudades da minha cuidadora.”

O processo de adaptação dos filhos adotivos já crescidos é recheado de testes, que não significam dificuldades de adaptação ou rejeição à nova família. “As crianças sentem necessidade de saber se os novos pais vão realmente aceitá-las e suportá-las com toda a sua história e dificuldades”, explica Suzana. Não são ameaças!
Segundo Elena, uma criança que foi rejeitada várias vezes, de certa maneira, precisa de algumas comprovações. “Ela se questiona sobre o motivo que fez os pais adotivos gostarem dela, se quem deveria realmente gostar a abandonou. Ela então verbaliza os seus ódios. Nesse caso, os pais devem ter em mente que não se trata de uma fúria dirigida a eles. Trata-se de uma fúria dirigida às condições que a vida deu a ela antes de conhecê-los”, explica a antropóloga.
E não pense que com um bebê isso não acontece. A diferença é que eles se manifestam fazendo xixi na cama, mordendo, chorando, machucando o animal de estimação.

Elas se esforçam para que tudo dê certo!

As crianças maiores têm um enorme desejo de serem adotadas. Elas querem desesperadamente encontrar uma família, que vai sanar as suas carências. “Já no abrigo, Luiza me chamava de mãe. E, nesse caso, a adaptação foi minha e não dela”, conta Renata.
Ah, e são muitas as alegrias...
A dificuldade vai, sim, aparecer como em qualquer tipo de adoção, seja ela de recém-nascidos ou não. Entretanto, dar essa chance às crianças já crescidas significa poder vê-las se superando a cada dia. Muitas apresentam um certo atraso cognitivo, resultado do tempo que passaram nos abrigos. Mas os especialistas são unânimes ao dizer que, em poucos meses, ele pode ser tirado. "Luiza se igualou às crianças da mesma idade na escola em apenas três meses", conta Renata com muito orgulho.
“Depois da adoção, é nítida a melhora do vocabulário, das escolhas dos alimentos e, principalmente, o surgimento do brilho no olhar. A criança mostra pelos olhos que está se sentindo bem, segura e feliz”, diz Hália. “E aí, os pais, quando envelhecem, são capazes de fechar os olhos tranquilamente e sentir que deixaram alguém de bem no mundo”, completa Elena.
Mas antes de tomar qualquer decisão com relação à adoção tardia, é extremamente importante procurar grupos de apoio, ouvir quem já passou por esse tipo de experiência e se informar ao máximo sobre o assunto por meio de livros e filmes. “Adoção é um ato sério, complexo, de coração e devoção. É assumir a responsabilidade de “consertar” a vida de uma pessoa que foi destruída injustamente, porque ninguém merece ter a vida destruída”, alerta a antropóloga.
E, além disso, é saber que, no fim, são as crianças que escolhem a família e não a família quem as escolhe. "Luiza é a autora total da história", finaliza Renata.

http://www.brasilpost.com.br/2014/05/25/adocao-tardia_n_5383353.html

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Como falar sobre assédio sexual com as crianças?
A ameaça pode ser virtual ou presencial. Saiba como instruir os pequenos




Vivemos em uma sociedade onde a cultura do estupro e a sexualização infantil estão muito presentes. "Não podemos achar que uma cantada ou um post nas redes sociais são problemas menores do que o abuso sexual em si. Tudo isso está ligado à cultura do estupro e pode ser o caminho para ele", completa.


Como abordar esse assunto com as crianças?


O psicólogo e psicanalista Luca Loccoman, especializado em atendimento infantil, dá importantes dicas de como lidar e orientar os seus filhos para essas situações.

Como explicar para a criança que ela pode ser assediada?


Interações sexuais entre crianças e adultos acontecem, na maioria esmagadora dos casos, dentro de casa, com pessoas próximas, da família, como pai, mãe, avós e tios. A familiaridade facilita a aproximação e a experiência raramente acontece com violência física (isso não quer dizer que estranhos não possam ter esses comportamentos). Observo que quando o pai, por exemplo, tem desejos incestuosos por um dos filhos, é a relação de cumplicidade entre eles que permite passar ao ato. As crianças respondem por causa da vontade de agradar os adultos. É por isso que os pequenos têm o direito de saber que isso é proibido, contra a cultura -- e que essa lei rege todos os humanos. Um jeito de fazer isso é explicar o vocabulário do parentesco, o lugar da mãe, do pai, do irmão, do filho. Essa interdição permite a diferenciação dos papéis dentro da família e vai se refletir nas relações fora de casa também. Quanto se tratar de estranhos, a tendência da criança será se afastar, evitar os toques que incomodam. Longe dos olhos dos pais, uma alternativa é ajudar os pequenos a identificar uma figura de confiança a quem possam recorrer (como a professora), caso se sintam ameaçados.

A partir de qual idade essa conversa é válida e como conduzi-la em cada fase da infância? 


Lamento que o assunto não seja abordado na escola. Os pequenos podem desobedecer aos mais velhos quando esses deixam de ser cuidadores e não se sentem mais investidos das proibições civilizatórias. Mas não aconselho a falar sobre o assunto antes dos quatro ou cinco anos, é muito cedo. O melhor é ficar de olho nessa época. Depois disso, é nosso dever prevenir as crianças, dizendo que esse tipo de interação pode ser perigoso. Sem alardes ou repreensões.

Como instruir a criança a diferenciar carinho de abuso sexual?


A minha sugestão é ouvir as crianças. Há mais de 100 anos, o criador da psicanálise, Sigmund Freud, já nos apresentava uma noção de sexualidade mais ampla, muito além da relação sexual, que envolve sensações de prazer nas trocas de afeto e está presente desde a infância. É difícil, portanto, estabelecer o limite nas relações entre pessoas próximas, ainda mais com idades diferentes. Uma simples carícia, dependendo de como acontece, é suficiente para que alguém se sinta transgredido. Os pequenos são seres capazes e com discernimento. São eles que vão nos dizer o que incomoda.

Como orientar e mediar a relação da criança e do adolescente com a internet?


Acredito que da mesma forma que os pais criam os filhos no mundo real também podem fazer no virtual. Dicas básicas: manter o computador em área comum, acompanhar o histórico, navegar ao lado da criança, optar por programas que filtram e bloqueiam determinados conteúdos, ensinar a não divulgar dados pela internet, conhecer os amigos virtuais, monitorar contas telefônicas e cartões de crédito. Não é difícil encontrar listas que ensinam como agir com os filhos nesses casos. O desafio é criar indivíduos autônomos. É papel dos pais instrumentalizá-los para fazer escolhas em vez de simplesmente proibi-las. Sugiro conversa em família para alinhar as regras de uso.

Em entrevista, o pai da Valentina afirmou que alguém lê todos os comentários antes dela. Nesse momento, a proteção deve ser mais importante do que a privacidade? A criança precisa ter privacidade (na internet ou fora dela)?


Quando uma criança é capaz de algo sozinha, o melhor é que os pais permitam. Nesse caso, ela faz o que pode arriscar. Mas os pequenos têm limites, que tem a ver com aquilo que dão conta ou não de assumir. A criança não é soberana, é o desejo dos pais que domina. Mas ela tem razão de insistir em agir por conta própria. Por isso, é importante alertarmos os filhos sobre os riscos e explicar o motivo das restrições, que, aliás, têm prazo de validade. Os pequenos confiam muito mais nos pais quando entendem que as proibições são relativas às suas capacidades e, muitas vezes, à angústia de quem é responsável por seus cuidados. É assim que, no início da vida, assinalamos os diretos e os limites.

Como incentivar que ela conte o que acontece com ela nas redes? E off-line?


Querer tornar uma criança pretensamente franca é um problema, ultrapassa os limites da educação. Seria o mesmo que tentar ter poder sobre ela, não permitindo que viva fora da vigilância dos pais. Uma pessoa inteligente não revela tudo o que faz. Ao invés de dizer que nunca se deve esconder nada do pai e da mãe, é mais indicado perguntar o que aconteceu, o que o filho queria com aquilo e o que conseguiu. Isso o ajuda a aprender a ser sincero. Cabe aos pais orientar sobre os riscos, as conquistas e implicar a criança com suas escolhas.

http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/como-falar-assedio-sexual-criancas-915384.shtml